JANUÁRIO NETO PEREIRA
FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS:
Trabalhando o posicionamento autônomo do indivíduo.
PORTO NACIONAL, NOVEMBRO DE 2010
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE PORTO NACIONAL
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - PARFOR
CURSO DE LETRAS – INGLÊS
DISCIPLINA:
METODOLOGIA DA PESQUISA
JANUÁRIO NETO PEREIRA
FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS:
Trabalhando o posicionamento autônomo do indivíduo.
Pré-projeto apresentado à professora Msc. Daniella Corcioli, como requisito legal para aprovação parcial na disciplina Metodologia da Pesquisa.
PORTO NACIONAL, NOVEMBRO DE 2010
SUMÁRIO
1 – TEMA-----------------------------------------------------------------------------------------03
2 – APRESENTAÇÃO-------------------------------------------------------------------------03
3 – OBJETIVOS---------------------------------------------------------------------------------03
3.1 – Objetivo geral--------------------------------------------------------------------03
3.2 – Objetivos específicos----------------------------------------------------------04
4 – HIPÓTESES--------------------------------------------------------------------------------04
5 – PERGUNTAS DE PESQUISA----------------------------------------------------------05
6 – JUSTIFICATIVA----------------------------------------------------------------------------05
7 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA--------------------------------------------------------06
8 – METODOLOGIA---------------------------------------------------------------------------08
9 – CRONOGRAMA---------------------------------------------------------------------------09
10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------10
1 – TEMA:
Formação de leitores críticos: Trabalhando o posicionamento autônomo do indivíduo.
2 – APRESENTAÇÃO
Trabalhando com alunos do 7º e 8º anos do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Vereador Pedro Xavier Teixeira, em Nova Rosalândia-TO, foi possível detectado a seguinte problemática: Acentuado grau de alienação cultural por grande parte dos leitores.
O presente trabalho de pesquisa visa estudar as causas que tem levado ao baixo posicionamento crítico por parte da grande maioria dos leitores. Dessa forma faz-se necessário o entendimento dos fatores que, juntos ou isoladamente, contribuem para que se configure, em meio à comunidade discente, uma tímida autonomia intelectual por parte de muitos leitores.
O presente trabalho encontra-se estruturado com as seguintes partes: Tema; apresentação; objetivos; hipóteses; perguntas de pesquisa; justificativa; fundamentação teórica; metodologia; cronograma; referências bibliográficas.
3 - OBJETIVOS
3.1 - Objetivo geral:
►Perceber as causas que contribuem para o processo de alienação cultural existente na educação básica para, com base neste conhecimento, lançar mão de metodologias diferenciadas e eficazes, visando o combate ao baixo nível de criticidade corrente no meio de grande parte dos leitores das turmas de 7º e 8º anos do Ensino Fundamental, no Colégio Estadual Vereador Pedro Xavier Teixeira, no município de Nova Rosalândia-TO.
3.2 - Objetivos Específicos:
►Entender em que ponto a escola, como propulsora do conhecimento formal, contribui para a formação de “a-leitores” e/ou leitores alienados;
►Identificar alguns dos volumes da literatura encontrada na escola que levam ao baixo posicionamento crítico dos leitores;
►Estudar as literaturas que perpetuam idéias preconceituosas;
►Perceber como acontece a iniciação à leitura com alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental;
►Identificar algumas possíveis atitudes dos professores da área de “linguagem” que podem ser eficazes na formação do pensamento crítico da clientela escolar;
►Entender como a televisão e a internet contribui para a alienação de leitores;
►Entender que a falta de posicionamento crítico quanto à leitura é perpetuada, às vezes, por professores, mesmo sem consciência desse fato;
►Perceber a crescente necessidade em desenvolver o gosto pela leitura, independentemente de imposição do professor ou da escola.
4 – HIPÓTESES
A aceitação inocente de tudo aquilo que a imprensa veicula, seja por meio televisivo e/ou impresso leva ao baixo senso crítico na formação de leitores. Nesse sentido tem-se que, desde muito cedo a criança é inserida num processo de alienação cultural, para servir aos ditames da classe dominante. Tanto as literaturas oferecidas na escola como revistas de grande circulação, jornais impressos contribuem para que, de modo inconsciente, o indivíduo aceite, como verdade absoluta, tudo aquilo que é publicado pela imprensa escrita.
Nossa hipótese é de que a partir do conhecimento de causa(s), tornar-se-á possível uma intervenção com vistas à mudança de hábitos, quebra de paradigmas e conceitos no que tange à leitura e à própria formação de leitores. Cabe ao leitor fazer inferências sobre o texto lido e isso será tão possível quanto maior seja o conhecimento de mundo do leitor. Tanto mais conhecimento tenha, maior será a possibilidade de que o leitor se posicione de modo autêntico em relação à leitura efetuada.
5 – PERGUNTAS DE PESQUISA
►Em que medida os jornais impressos de grande circulação se prestam ao papel de alienador dos alunos do ensino fundamental e médio?
►Até que ponto a escola atual tem contribuído para que o posicionamento crítico de sua clientela seja formado?
►É possível que seja trabalhada a autonomia cultural do sujeito, desde as séries iniciais do ensino fundamental?
►Se existe um processo alienatório, o que a escola tem feito para ajudar a combatê-lo?
►A internet, contribui ou não para a formação de leitores “a-críticos”?
►Qual tem sido o papel do professor da área de “linguagem” no sentido de engajamento na luta contra a alienação cultural dos leitores?
6 – JUSTIFICATIVA
A sociedade contemporânea, cercada de um grande emaranhado de tecnologias, ainda continua num processo de aceitação dócil de tudo aquilo que a imprensa escrita divulga. Daí justifica-se a importância de fazer um levantamento das causas que contribuem, coletiva ou isoladamente, para que leitores desde os anos iniciais aceitem, como verdade infalível, tudo aquilo que lêem. A escola precisa investigar, juntamente com sua clientela, os pontos perniciosos que o livro didático e demais literaturas a disposição dos alunos levam-nos a um ponto crucial de “lavagem-cerebral”.
Noutra vertente, faz-se necessário uma indagação: O que de fato os alunos têm acessado na internet? Estão ou não expostos aos ditames da classe dominante? Se a internet também aliena, o que fazer: Alterar as metodologias de uso da mesma ou declarar-lhe guerra? Ainda é possível trabalhar o posicionamento crítico do educando, apesar de sua exposição desmesurada a diversos meios de aquisição de informação?
Entendidas as causas desse processo de alienação cultural, então, caberá à escola indagar reflexivamente a respeito do trabalho que ora está realizando e empregar mecanismos para que a autonomia do aluno, quanto à leitura, seja formada desde os primeiros anos do ensino fundamental.
7 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A leitura como forma de lazer e/ou aprimoramento de conhecimento ainda acontece de um modo bastante tímida, tanto na escola como fora dela. Mas, para além disso, a problemática abrange, também, aqueles leitores, que mesmo sendo atuantes, ainda possuem baixo nível de criticidade diante daquilo que lê. Petroni (2001) aponta para o fato de que a criança começa seu processo de aprendizagem entusiasmada pelos livros, contudo, devido a leitura mal orientada, bem como as cobranças e frustrações resultantes de chacotas tanto da parte dos colegas como do professor, trazem como consequência o desinteresse pela leitura. Dito de outra forma, a própria falta de preparação para embrenhar-se no processo de leitura, causa o desânimo.
Faz-se necessário repensar as aulas de Língua e Literatura, bem como incutir no leitor que este, enquanto sujeito construtor da História, é também parte integrante da cultura escrita, o que o qualifica para inferir e criticar aquilo que está sendo lido. Marcondes, Menezes e Toshimitsu teorizam da seguinte forma:
Lamentavelmente, a escola costuma limitar-se à leitura de texto, prendendo-se à compreensão, à interpretação e à produção de redações. A interação com o interlocutor e a participação ficam no abandono. No espaço fundamentalmente reservado para a formação de cidadãos, aprende-se a ler produzindo textos, deixando de discutir os efeitos sociais dos textos que estão na mídia (Marcondes, Menezes e Toshimitsu, 2003, p. 13).
Não é conveniente que a escola furte-se da premissa de formar cidadãos para a cultura letrada, a partir do exame e discussão daquilo que é publicado, ainda que seja feito por profissionais reconhecidos como experts no assunto. Não é cabível que o professor exija do aluno interação com aquilo que está sendo lido, se este não consegue interagir sequer com os fatos jornalísticos do cotidiano. Será, no entanto, com base na compreensão daquilo com o qual o sujeito está habituado, que o mesmo encontrará segurança, inclusive para duvidar daquilo que foi afirmado por outro. Aliás, a própria dúvida é inerente ao processo de crítica e exame da realidade.
Sabe-se que para além da decodificação cabe ao sujeito leitor, interpretar, interagir e posicionar-se em relação àquilo que está sendo lido. “Toda escola pública ou privada constitui, por excelência, um centro formador de leitores.” (VEDOOTTO, 2007). A orientação aos alunos é papel da escola, cabe a ela, enquanto instituição formadora de opiniões e do próprio cidadão, trabalhar no aluno, desde cedo as competências para a leitura. Cabe à escola a concretização de projetos interdisciplinares, com vistas ao encurtamento das distâncias que se colocam entre sua clientela e os livros. Ressalta-se que esse distanciamento se coloca mais por falta de desenvolvimento de uma cultura letrada, que pela falta de materiais para a leitura. Contudo vale lembrar que o professor precisa, como agente que mais se relaciona como o aluno no processo ensino-aprendizagem, perpassar para o mesmo o gosto pela leitura. Este será o primeiro e mais importante passo para que se torne leitor autônomo.
Silva (1986) e Viana (1949), já discutiam pontos importantes em relação à leitura: Quando ler? Para que ler? E a leitura dirigida? Em outras palavras, a boa leitura caminha lado a lado com permanentes indagações, nas quais o sujeito terá uma rica oportunidade de reflexão sobre a ação, podendo redirecionar e/ou mesmo interromper o processo.
Lelis (1989), não fica apenas no processo da formação do leitor e começa a investigar em que medida a formação do próprio professor pode contribuir ou não para a formação de leitores críticos.
Em seus estudos Malinoski (2003) afirma que “a criticidade pode ser aguçada na sala de aula, se o professor e os alunos tomarem o texto como um instrumento de reflexão e debate.” Após uma boa leitura é o momento ideal para que o professor suscite os comentários em torno das “verdades” impregnadas no texto escrito. Tais “verdades” precisam ser repensadas, criticadas, comparadas com aquilo que outros autores teorizam, isso tanto no texto informativo, quanto no texto literário.
Almino (1986, p. 34) afirma que “uma informação visual, auditiva ou escrita (informação veiculada pela imagem ou pela palavra irradiada ou escrita) está sujeita à interpretação e a diferentes versões”. Nesse sentido, todo leitor, para ser considerado competente diante da leitura empreendida deve, também, posicionar-se diante daquilo que lê, ainda que seu posicionamento seja integralmente favorável, isto depois de uma acurada análise do texto lido.
8 – METODOLOGIA
Para a coleta de dados o procedimento utilizado será o método indutivo, onde a proposta é coletar dados com 05 alunos do 1º ano do Ensino Fundamental, 05 alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e 05 alunos do 1º ano do Ensino Médio. Além dos alunos pretende-se coletar dados com professores que lecionam nas turmas dos alunos pesquisados.
Será utilizado um Estudo de Caso que “consiste em coletar e analisar informações sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa” (Almeida, 1996, p. 106).
Os instrumentos de pesquisa que serão utilizados para coleta de dados serão os seguintes: Entrevistas (formal e informal); questionários (aplicados aos alunos e professores); observação em sala de aula.
9 – CRONOGRAMA
METAS/ETAPAS | JUL 2010 | AGOS 2010 | SET 2010 | OUT 2010 | NOV 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 |
Escolha do tema | X | | | | | | | | |
Levantamento bibliográfico | X | | | | | | | | |
Elaboração do pré-projeto | X | | | | | | | | |
Apresentação do projeto | | | | X | | | | | |
Coleta dos dados | | | | X | X | X | X | | |
Análise dos dados | | | | X | X | X | X | | |
Organização do roteiro/partes | | | | | | X | X | | |
Redação do trabalho | | | | | | | X | X | |
Revisão e redação final | | | | | | | | X | |
Entrega da monografia | | | | | | | | | X |
Defesa da monografia | | | | | | | | | x |
10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco de. Tipos de pesquisa. In: Como elaborar monografias. 4ª ed. Belém: Cejup, 1996, p. 106.
LELIS, Isabel Alice. A formação da professora primária: da denúncia ao anúncio. São Paulo: Cortez e Autores associados, 1989.
MALINOSKI, Cristiane. Formação do leitor crítico: Uma experiência com alunos da quarta série do ensino fundamental. Acesso em: 25/07/2010. Disponível em: http://www.unicentro.br/editora/revistas/analecta/v4n1/artigo%205%20forma%E7%E3o%20do%20leitor%20cr%EDtico.pdf>. Publicado em: 2003.
SILVA, Lilian Lopes Martins da. A escolarização do leitor: A didática da destruição da leitura. Porto Alegre: Mercado aberto, 1986.
VEDOOTTO, Deise de Oliveira. A formação do leitor crítico. Acesso em: 25 de Julho de 2010. Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1672375.xml&template=3898.dwt&edition=8760§ion=101>. Publicado em: 09 de Novembro de 2007.
VIANA, Mário Gonçalves. A arte da leitura. Porto: Editora educação nacional, 1949.
PETRONI, Marilze S. Como conquistar um leitor. São Paulo: Ibrasa, 2001.
MARCONDES, Beatriz; MENEZES, Gilda; TOSHIMITSU, Thaís. Como usar outras linguagens na sala de aula. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2003.
ALMINO, João. O segredo e a informação: Ética e política no espaço público. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986, p. 34